terça-feira, outubro 05, 2010

Triathlon X Patrocínio: Os novos rumos desta parceria (by Ativo.com - Rodrigo Cury)

Os dilemas das parcerias entre atletas e empresas
Atletas e empresas têm suas próprias questões quando o assunto é patrocínio ou apoio. Qual o melhor caminho para os dois lados terem resultados?




4/10/2010 09:01 | Por redação

Uma das questões mais frequentes quando o assunto é o investimento no esporte, é a dúvida na hora de patrocinar um atleta. Perfil e identidade com a marca são dois quesitos básicos, além claro, de um histórico com resultados expressivos. Os atletas falam das dificuldades de se conseguir um patrocínio e, por outro lado, as empresas alegam a falta de comprometimento dos mesmos em relação às marcas.

"Faltam comprometimento e profissionalismo de ambas as partes muitas vezes. Este negócio do eu te ajudo, você me ajuda não funciona mais faz tempo. As marcas têm que acordar para a realidade que estamos vivendo", disse o triatleta profissional Guto Antunes, que conta com alguns patrocínios, entre eles o da New Balance.

Guto diz que o tratamento de algumas empresas ainda é muito amador com relação aos atletas e que isto só vai mudar quando as marcas perceberem que patrocinar um atleta vai muito além da exposição de um logotipo em um uniforme.

O triatleta fala da importância do endomarketing dentro de uma empresa. "Nós atletas funcionamos como uma espécie de embaixadores da marca, então o exemplo tem que ser sempre positivo. Claro que isso acaba refletindo dentro da empresa pelos funcionários, por meio de palestras, exposições nos informativos internos, etc".

A gerente de marketing da New Balance, Renata Bittar, diz que a ideia de patrocinar é simples. "É vital termos a quem recorrer antes de lançarmos algum produto para o consumidor final. São eles que me darão o aval se aquele produto poderá ou não ser lançado".

A questão de patrocínio pode ir além da entrega de material, ajuda nas despesas das competições, bonificações por resultados e salários mensais depositados em conta. Para o gerente de relações esportivas da Olympikus, Claudio Risco, é uma parceria que inclui um relacionamento direto entre a empresa e o atleta.

"Procuramos saber do que o atleta está precisando, como está nos treinamentos e tudo mais que o envolve dentro e fora das provas". Sobre a diferença entre apoio e patrocínio Claudio diz que depende muito do que foi combinado com cada um.

"Alguns recebem bonificações por resultados, outros salários mensais, depende muito de cada projeto, do esporte. Este é um trabalho feito de médio ao longo prazo, pois antes de qualquer coisa, estudamos e avaliamos os objetivos e histórico de cada um. Só não patrocinamos se não temos nada a ver com determinado esporte", disse Risco, que conta com diversos nomes em seu elenco, entre eles Giba e o técnico Bernardinho do vôlei.
A velocista Bárbara Leôncio vai além quando fala da importância de se ter um patrocínio. "A importância do patrocínio não é apenas o material e a ajuda financeira, claro que isso é essencial, mas outro ponto positivo é que nós somos mais divulgados através das empresas", disse Bárbara, que começou no projeto Lançar-se e hoje integra o time da Olympikus.

O corredor de elite Adriano Bastos hoje conta com patrocínios expressivos como do Pão de Açucar e Oakley, que estão com ele há mais de dez anos. Adriano já viveu e presenciou várias novelas até chegar onde está hoje.

"Para mim patrocínio é quando envolve dinheiro, seja salário mensal, bonificação por resultado, não importa, é algo que o atleta poderá contar. Já o apoio eu considero como ajuda de custos para o atleta. O atleta reduz os gastos que ele teria com material, despesas para competir as provas, etc. O apoio pode ser uma porta de entrada para um futuro patrocínio".

Seja apoio ou patrocínio, é sempre bom se dedicar ao máximo para conseguir os resultados e não ficar pensando só nisso. O esporte é muito mais do que isto, é algo que tem que ser feito por prazer e satisfação. Treine e se dedique do jeito que der, deixe sempre a mão um currículo atualizado e saiba a quem recorrer dentro das empresas e a hora certa para isto. Geralmente é o pessoal de marketing que direciona a verba destinada aos atletas.

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