Uma Força Eterna!

Este fim de semana retorno a competir no Troféu Brasil de Triathlon após 4 meses de luto... Volto tendo como principal objetivo homenagear esta grande pessoa que perdi em Novembro: meu pai.

Ele foi o quem me incentivou a ter garra, determinação, espírito de luta e a característica que mais prezo em um atleta: honestidade e respeito. Fica aqui minha homenagem em um texto que relaciona meu ídolo com esta modalidade que tanto amo, texto este que farei questão de ler momentos antes da prova.

"Um dia depois de uma competição muito dura, cheguei em casa com um troféu. Eu estava cansado da prova e louco para poder mostrar o troféu para o meu pai.

Como sempre, cheguei em casa e ele estava na sala me esperando para bater aquele papo (que eu sempre teimava em não ter com ele...). Abri a porta, coloquei minhas malas no chão e olhei pra ele esperando ele me perguntar como eu tinha ido na prova. Ele me olhou, sorriu e disse:

- “E aí Gú, como foi?”
- “Foi muito bom”, respondi.
- “Muito bom como? O que você ganhou?”

Abri a mala e tirei o troféu todo orgulhoso e falei:
“Olha que lindo Pai... To muito feliz hoje”

Nessa hora, eu esperei um imenso sorriso por parte dele.
Ao invés disso, ele me olhou, levantou a voz e disse:

- “Você faz todo esse esforço, levanta cedo, viaja horas e tudo pra trazer um simples troféu de plástico pra casa???”

Eu saí revoltado, entrei no meu quarto e chorei. Nesse dia resolvi que eu ia encher meu quarto do maior número de troféus que eu poderia. Ganhei muitos outros lindos, enormes... mas nenhum deles parecia empolgar meu Pai.
Mesmo assim ele continuou indo em todas as minhas competições e torcer por mim.

Numa das últimas provas, na hora da corrida a pé, ele estava numa parte do percurso que não tinha ninguém... só ele e um banco. Ele estava sentado e eu estava disputando o meu melhor resultado até aquele dia. Eu estava sofrendo muito de cansaço quando passei por ele. Olhei rápido e perguntei:
“Como está o adversário que vem atrás? Ele apenas olhou e sorriu... De novo sai revoltado pensando: “Além de não gostar dos meus troféus ele ainda está dando risada do meu esforço???” “Vou mostrar pra ele que sou capaz de trazer outro troféu...”

Passei no retorno e perguntei de novo, como que para provocar: “E aí, como está o adversário atrás de mim?”

Ele levantou... veio em minha direção. Olhou e sorriu com aquele sorriso acolhedor que ele sempre teve, e disse: “Filho, vai tranqüilo. Você já ganhou essa prova.”

Passei a linha de chegada e chorei. Naquele momento entendi que o troféu pouco importava não só para ele... O que estava em jogo (e ele queria que eu entendesse) é que como em uma competição a vida nos traz muitos obstáculos e que cabe apenas a nós ver qual o verdadeiro valor de tê-los vencido.

Obrigado Pai, por me mostrar que o mais bonito troféu que eu posso ganhar não é esse feito de plástico ou de ouro, e sim o da simplicidade, garra, amor e acima de tudo o que nos faz sorrir mesmo quando a vida insiste em nos fazer chorar..."

Bons Treinos e até domingo!

Guto Antunes

Herbalife/Maktour Turismo/Ceepo Bikes/Competition